terça-feira, março 25, 2008

Reler



Quem termina de ler um livro cumpriu o fundamental estágio para fruição do mesmo. Feito o primeiro contato e apresentações, é hora de ler de verdade, ou seja, reler.

Não estou falando aqui de ler com certa idade e experiência de vida e, anos depois, tornar ao livro para repensá-lo. Realmente acredito que os livros foram feitos para serem relidos, alguns duas, três, muitas vezes. Claro que não me refiro a qualquer livro. Sei de alguns que não devem ser abertos uma única vez. Outros há que merecem, ao menos, serem lidos e esquecidos, mas os grandes devem ser revistos e não por obrigação, mas porque as descobertas começam a acontecer quando já sabemos de tudo.

Já reli muitos livros. A sensação é sempre a mesma quando os livros são sempre bons: prazer, revelação, entendimento e admiração. Foi assim com o último livro que reli: Dom Casmurro.

Acho este livro uma obra-prima, mas não vou chover no molhado. Quem quiser a crítica, pode recorrer a qualquer livro didático, o que eu quero mesmo é citá-lo como exemplo para tudo que eu disse sobre releitura.

Asseguro que não é chato e garanto que vale a pena. Alguns vão alegar que é melhor ler um outro grande livro e não perder tempo. Eu já pensei assim, mas agora separo sempre um tempinho para rever velhos amigos.

3 comentários:

Anônimo disse...

Particularmente eu penso em reler, um dia, Ecce Homo do Nietzsche e outro dele que ainda não terminei, O Nascimento da Tragédia... Mas não sei se o farei. A fila, aqui, é bem grande... Talvez por isso não pense muito nas possibilidades de reler algum livro. Hmmmm! Outro que quero reler é o A Arte da Guerra de Sun Tzu e O Príncipe de Maquiavél, dois grandes livros, diga-se de passagem! Primeiro de tudo, terminar o atual do "Níti", que tá foda de complicado para terminar!
Outro, seria a Ilustre Casa de Ramirez do Eça, a quem prefiro em detrimento do Machado, que nunca me cativou, não sei o porquê!
De qualquer sorte, ler sempre é muito bom!

Abração.

paulinho disse...

Finalmente brigaremos, querido amigo!

Primeiro, porque você não lê romance – a verdadeira literatura.
Essa coisa de Filosofia e, ainda pior, Nietzsche! Não, realmente prefiro reler até o dia do juízo do que perder meu tempo com essas besteiras.

No finalzinho você quase salva nossa amizade citando um livro de verdade (que, aliás, ainda não li. Recomendas?), mas dizer que não gosta muito do Machado!!??

Acredito que você precise reler. Memórias Póstumas, Dom Casmurro e o velho Quincas. Espero que possamos brigar mais, pois li muito pouco de filosofia e quero aprender para confirmar que é ruim mesmo.

Um grande abraço.

Anônimo disse...

Nha! Não vou brigar contigo, sei que tenho esta falha para com o Machadão, algo que tenho de vencer...!

Não sou adepto da literatura filosófica, mas acredito que é de preponderante importância para o desenvolvimento crítico e intelectual do ser humano. De todos os poucos que já [Nietzsche, Voltaire e Platão] prefiro anos luz à frente o Voltaire, por conta do seu texto humanista, da luz da razão, da ausência do "bolodório" presente no outros dois. Porém "Níti" tem coisas muito boas - digamos, frases. hahahaha! Portanto, recomendo, recomendo e recomendo Voltaire!

Em quem disse que não gosto de romancistas? EU ADORO ROMANCES!!! E neste caso sou apaixonado por Fiódor Mikhailovich Dostoiévski, cá entre nós, o Dostô. Obra de cunho psicológico e "filosófico" muito mais complexa do que a de muitos filósofos! Nuances e matizes de contextualizações comportamentais absurdas. Algo com as cores do Van Gogh e o detalhismo de um Rubens, um Velazques e a paixão de um Modigliani ou um Picasso, tudo isto em palavras! Ufa! Também sou fã de outro comumente "odiado", o Eça de Queiroz. E minha otra paixão literária é o 'milk'Shakespeare, fantástico na objetividade com que consegue destrinchar a personalidade humana e suas maleficências, fraquezas e paixões. Existem ainda os contistas e dentre destes, o meu preferido é o Edgar Allan Poe, que é absurdamente incrível! Há também Sir Arthur Connan Doyle com o seu insubstituível Sherlock Holmes... Ou seja, para os romances meus olhos se viram com facilidade!

Tem também o Edgar Allan Poe, que adoro, não é um romancista, um contista sim, mas fantástico!!!

Não briguemos, agradeçamos, pois temos muito assunto para conversamos qualquer hora dessas, à uma mesa de bar... e isto que ainda estamos na seção "livros"! Faltam ainda a seção música, HQs, filmes... Wow! \o/

p.s.:Querendo algo de um grande filósofo, leia Cândido de Voltaire! Magnífico! Simplesmente magnífico em sua crítica socio-religiosa! E de uma atualidade acachapante!

Grande abraço! =D