Eu sou um espírito prático. Apesar de ter minha fé, e de me considerar um homem de fé, sou essencialmente um cético. Porém, e essas afirmações categóricas trazem sempre um “porém”, sou forçado a admitir que existe algo de sobrenatural no futebol.
Acompanhando o “Time da Moda”, tenho feito várias descobertas nessa arte inesgotável das quatro linhas. No embate de ontem contra o Grêmio, pude constatar uma dessas forças inexplicáveis que regem o futebol. O time do sul é formado por muitos ex-jogadores do São Paulo, equipe que, apesar de todas as suas conquistas, tem fama de não ser de muita raça, coloquemos assim. Mesmo desconsiderando as brincadeiras dos torcedores de outros times do estado, e até do país, temos que admitir que outras características descrevem melhor o bom futebol do tricolor paulista.
Já o Grêmio, este é conhecido pelo espírito guerreiro, como o time que nunca desiste e que luta até o último minuto com empenho desmedido. Ontem, mais uma vez foi assim; saindo de um resultado adverso, os tricolores sulistas viraram o jogo dentro da filosofia do clube.
Sabendo que no futebol moderno os times mudam muito de um ano para o outro, bem como seus técnicos, e considerando que muitos jogadores do Grêmio vieram da equipe do São Paulo, como explicar essa raça, essa força, essa transformação? Eu explico: é a camisa, são as cores, é mágica.
Muita gente vai criticar essa minha teoria, se eu tiver sorte (?) de ser lido por muita gente, mas é a única justificativa que encontro para esse tipo de fenômeno no futebol. Para os mais cético que eu, deixo aqui uma pequena citação: “eu não acredito em bruxas, mas...”.