Que o futebol virou um grande negócio, os times empresas e os jogadores mercenários todo mundo já sabe. Que já não existe mais amor à camisa, que os dribles e jogadas geniais que empolgavam os torcedores viraram “provocação” e isso transformou o mais popular esporte do mundo numa apresentação entediante de preparo físico e objetividade todo mundo também sabe. Mas a grande novidade da destruição do futebol como entretenimento ficou por parte das torcidas.
Recentemente fique muito surpreso com a manifestação de algumas torcidas (acho que a do Botafogo e a do Corinthians) que invadiram o treino para agredir jogadores e técnicos exigindo melhores resultados. Eu já achava um absurdo as pessoas ficarem revoltadas com a derrota dos seus times, mas essas demonstrações dos últimos tempos superam tudo.
É claro que num jogo que não termine empatado, alguém perderá. O torcedor que vai para o estádio hoje se acha no direito de sair com a vitória, desconsiderando que na outra torcida também existe alguém que pagou o ingresso. Quem tem mais direito?
O absurdo é tão grande que até mesmo pessoas de dentro do esporte, como técnicos e jogadores, declaram publicamente que o torcedor tem direito de cobrar do time, desde que pacificamente. Claro que não temos muitos jogadores conhecidos por suas grandes idéias ou declarações coerentes, mas o único direito que o torcedor tem é de sentar no lugar marcado e esperar que seu time faça o possível (dentro do espírito esportivo) para sair com um bom resultado. E só.
Um bom exemplo de espírito esportivo é o da seleção brasileira feminina de futebol. Elas perderam, mas jogaram bem e não foram criticadas pelo segundo lugar. É assim que deve ser. Amor ao clube é sair do estádio satisfeito por ter participado do espetáculo do futebol e se preparar para mais uma semana de trabalho, doido para que chegue o domingo de novo.
Vivemos numa época onde valorizam o esporte como disciplinador e formador de gerações mais cidadãs, mas o verdadeiro espírito esportivo é pouco discutido. A medalha de ouro olímpica é supervalorizada, ninguém se lembra do terceiro e quarto lugares e se um juiz se engana ou até mesmo age de má fé interferindo no resultado só quem se importa é a parte derrotada.
7 comentários:
Oi, velho! Fico feliz porque o blog voltou. Ficaria mais eliz ainda, se não tivesse parado... mas essa é outra história. Espero que agora vc leve em frente, viu? Tou lhe lincando lá... e lembre que amanhã tem baba! :) Abração, beijo em Fabi
Aê
além de gravuras agora temos textos... e vc escreve mui bien
bjitos
Acho que tudo é reflexo dos problemas sociais de um povo com a auto-estima abaixo do nível crítico, sem perspectivas de uma vida decente e com o mínimo de conforto e suavidade... Nestes casos o esporte, tanto prática quanto torcida vira válvula de escape, canalizando tudo para um ponto só, todas as energias: sexual, social, cultural, laboral...
Por outro lado podemos dizer que esta situação de agressividade excessiva transcende a questão social, pois, como podemos explicar os "tifosi" alucinados da Itália, ou os "hoolingans" da boa e velha Liverpol?
Engraçado, pode até parecer, mas a concentração de violência, nos dois casos, continua nas parcelas mais pobres e menos cultas das populações destes locais.
É foda generalizar, mas se observarmos direitinho, radicalismos parecem inerentes a pessoas com auto-estima baixa, pouca instrução (neste caso independe a classe social) e pouco poder aquisitivo...
Como explicar que torcedores invadam treino de algum clube? Oras, treinos ocorrem em dois períodos, manhã e/ou tarde. Quem inavdiu o treino deveria estar em uma escola ou em um trabalho. Se não estavam, por que não estavam? Mais uma pergunta, se não estuda e não trabalha, tem tempo ocioso, não era mais produtivo estar "dando uma"?! Depreende-se, portanto, que os individuos agressores, neste e em todos os outros casos, não trepam, não trabalham e não estudam... Como vão ficar felizes de qualquer forma? Não dá, né?
Sim, a cultura mundial só preza os vencedores, mesmo em outros países é assim... Acho que isso vem daqueles tempos onde as "tretas" eram resolvidas na espada. Uma turba de um lado e a outra do outro. Te pergunto, o vice, nestes casos, ganhava o que? Ainda somos, enquanto raça humana, a nível de indíviduos, no sentido de desenvolvimento intelectual, uma grande falácia. Um verdadeiro aglomerado de energúmenos e imbecis... mas isto é apenas a minha opinião! Humpf!
p.s.: Bom, deixa eu ir pegar meu vôo para Porto Alegre, vou invadir o treino do Grêmio... hahahaha!
Voltei só pra dizer que vc tá certíssimo! Todo sperdemos, qd o espirito esportivo não participa... não só no esporte, mas tb na vida! ;) Abração
Acho que Pablo é quem está realmente certo sobre esta questão em sua análise mais aprofundada, o que me lembra a teoria de Paulo Autram sobre o ser humano: ninguém aprende com as experiências, ou não cometeríamos os mesmos erros. É sempre a mesma "comédia" repetida de geração a geração.
E aí... qd vai rolar o post novo? E o baba, amanhã... vamos nessa? Abração, beijo em Fabi
meu as figuras são o maximo mas os textos estao sem grasa poe + grasa ai!!!
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